Orientações nutricionais na Gastrite

A gastrite é uma inflamação na mucosa gástrica (parede do estômago) que pode ser classificada de dois tipos, crônica e a aguda. Esse mal vem acometendo várias pessoas em diversos perfis e idades, sendo diagnosticada ou não.

A forma aguda aparece repentinamente, causando o aparecimento de sintomas como náuseas e vômitos, permanecendo por cerca de dois ou três dias, podendo ser desencadeada por anti-inflamatórios, remédios à base de ácido acetilsalicílico, estresse e ingestão de álcool.

Já a gastrite crônica é causada pela bactérias Helicobacter pylori  (também conhecido como H. pylori) em 95% dos casos e é de longo prazo, porém não apresenta sintomas. Hoje, infecções causados pelo H. pylori, é considerada a segunda mais prevalente do homem, estando intimamente associada a um diverso espectro de desordens clínicas gastrintestinais. A transmissão da bactéria é feita geralmente pela água ou então por alimentos contaminados pela bactéria. Ou então, há casos onde a pessoa já nasce com a bactéria, mas não desenvolve nenhum problema de gastrite. A única maneira para identificar é através do exame feito por endoscopia ou biópsia.

Além da gastrite diagnosticada, existe a Subclínica, que está presente no dia a dia do indivíduo, que vai “levando” este incômodo estomacal a base de remédios popularmente conhecidos. Contudo, não é certo ingerir qualquer tipo de medicamento sem conhecimento médico. O uso contínuo de antiácidos mascara os sintomas da gastrite e desconfortos gástricos, lesionando aos poucos a mucosa estomacal, podendo ocasionar algo mais severo de médio a longo prazo. Além de que, a absorção de alguns nutrientes é prejudicada.

Gastrite nervosa é quando a pessoa sente dores e depois de feitos todos os exames não é encontrado nada e está relacionada com a dispepsia funcional (distúrbio no aparelho digestivo, dificultando a digestão dos alimentos) e o refluxo (retorno do ácido gástrico do estômago para o esôfago), ocorrendo defeito na válvula que tem a função de controlar a passagem do alimentos de um órgão para o outro, causando assim muita azia e queimação no estômago que, em ambos os casos, podem surgir por diversas situações estressantes do nosso dia a dia.

Crises ocorrem muito frequentemente após ingestão de alimentos específicos para os quais o indivíduo já tem sensibilidade aumentada, comer muito rapidamente, além do excesso de álcool e tabaco.

O que mudar na prática?

De maneira geral, a dieta segue o mesmo padrão: o fracionamento de cinco a seis refeições diárias e devem ser evitados os alimentos irritantes e estimulantes de secreção gástrica. Na gastrite aguda, a dietoterapia consiste na recuperação da mucosa gástrica. Já na gastrite crônica, a dietoterapia consiste em evitar o avanço das lesões e proteger a mucosa gástrica.

Independente do tipo, a alimentação deve ser feita em ambientes calmos e a mastigação  lenta, para facilitar a digestão. O consumo de algumas frutas é recomendado, pois são de fácil digestão, ricas em fibras alimentares, ajudam a manter a hidratação e fornecem vitaminas importantes para manutenção da saúde do indivíduo.

Os alimentos devem ser mais abrandados, ou seja, bem cozidos e ingeridos em temperatura morna para que proporcionem uma digestão mais facilitada e recuperação da mucosa gástrica.

Há estudos que indicam o consumo de ovo, brócolis, cenoura, água de coco para quem tem gastrite, pois inibem a infecção causada pela bactéria H. pylori, devido ao potencial efeito bactericida das substâncias encontradas nesses alimentos. Já a indicação do iogurte é pela facilidade de digestão e absorção.

Alimentos a serem evitados

Todos os alimentos que possam causar desconforto gástrico e assim retirá-los da alimentação, entre eles destacam-se:

• Condimentos (pimenta-do-reino e a vermelha);

• Álcool e refrigerantes;

• Feijão e outras leguminosas;

• Alimentos estimulantes, como café, chá mate, chá preto, chocolate;


• Temperos industrializados, como caldo de carne, maionese, molho tártaro, extrato ou molho de tomate, molho de soja (shoyo), molho inglês, molho de salada;

• Frutas ácidas como laranja (a lima é a mais indicada por ser menos ácida), limão, damasco, cereja, morango, kiwi, pêssego e tomate;

• Linguiça, salsicha , patês, salame, mortadela, presunto, bacon, carne de porco, carnes gordas, alimentos enlatados e em conserva;

• Alimentos gordurosos em geral;

• Doces concentrados (goiabada, marmelada, doce de leite, cocada, pé-de-moleque, geléia, compotas)

• Goma de mascar.

Alimentos que contribuem para um bom controle na gastrite

• Água, chá de frutas e ervas;

• Suco de frutas diluído;

• Frutas não ácidas, gelatina, mingaus;

• Leite e iogurte desnatado ou light;

• Queijos brancos e ricotas;

  Carnes magras desfiadas, picadas, moídas, ensopadas, cozidas, assadas, grelhadas e de preferência brancas (peixe, frango, perú);


  Purês, batata, mandioquinha, suflês, vegetais cozidos;

• Pães, biscoitos maisena e água e sal

• Geleias, mel, margarina light em quantidade moderada;

• Ovos cozidos ou poché

  Sopas de vegetais e carne.

Lembrando que o leite não deve ser consumido em momentos de crise, pois produz uma falsa sensação de alívio imediato, contudo é acompanhado de “efeito rebote” que aumenta a secreção gástrica para sua digestão. Mesmo fora das crises, não deve ser ingerido isoladamente.

Nutricionista Bruna Passos

Fontes: http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/79/21-atencao.pdf

Site Nutrição Holística

Site Nutrição na Medida Certa

http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/1889

http://www.rgnutri.com.br/sqv/patologias/gastrite.php

Sobre Bruna Di Chiara Passos

Nutricionista, apaixonada pela profissão que atende em consultório pacientes com variados tipos de objetivos: reeducação alimentar, perda e ganho de peso, nutrição para gestantes, acompanhamento para esportistas, dietas específicas, inclusive para patologias em geral. Formada pela UNIP de São José dos Campos/SP, com cursos de Extensão de Nutrição aplicada a Medicina Estética, Nutrição Materno Infantil, Aproveitamento Integral dos Alimentos, Dietas da Moda e Nutrição na atividade física e no emagrecimento. Além do atendimento em consultório, sou colaboradora da Revista para Diabéticos, editora Online e do site Semlactose, participei de algumas reportagens sobre saúde nos sites IG Ciência e Saúde e UOL Ciência e Saúde, e da revista ABRAMGE (Associação Brasileira de Medicina de Grupo), também sou colunista do Portal Educação. Este blog é de cunho informativo, para que as pessoas possam ficar ligadas sobre as novidades no ramo da Nutrição. Todos os seguidores são bem vindos e fiquem à vontade de participar. Espero que gostem!! “Os efeitos da presente orientação só serão efetivos quando associados a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudável”.
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5 respostas para Orientações nutricionais na Gastrite

  1. Aline disse:

    Gostei muito do material! Abraço! Nutricionista Aline

  2. GOLOME disse:

    OK. OBRIGADO PELO ESCLARECIMENTO

  3. Viviane disse:

    Ótimo trabalho…o que é? como surgi? como evitar? e como controlar para viver melhor…

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